Diástase abdominal atinge cerca de 30% das mulheres grávidas.

As atrizes Thais Fersoza, Sandy e Giovanna Antonelli já relataram passar pelo problema, que tem como métodos de tratamento a adoção de exercícios físicos, fisioterapia e o procedimento de abdominoplastia, que está entre as quatro intervenções cirúrgicas mais procuradas em consultórios no Brasil, segundo pesquisa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, em 2016.

Um dos efeitos que algumas mulheres sofrem durante a gestação é a separação da musculatura no abdômen, conhecida como diástase abdominal, que provoca o afastamento dos músculos retoadominais e do músculo oblíquo externo. Na maioria dos casos, este é o principal fator para a presença da flacidez abdominal e também a causa para a dor lombar pós-parto.

Estudos mostram que 37% das mulheres grávidas lidam com este distúrbio, enquanto em uma gravidez gemelar a probabilidade é de 67%. O estiramento é mais comum quando existe um aumento de volume na área, como no caso da gestação, vivido inclusive por personalidades como as atrizes Thais Fersoza (34), Sandy (35) e Giovanna Antonelli (42). Mas também como consequência da variação de peso – redução e expansão do conteúdo abdominal ou quem se submeteu à cirurgia bariátrica -, sedentarismo e tabagismo.

Algumas pessoas chegam a confundir esta saliência no centro da barriga com uma hérnia umbilical ou supra-umbilical. As características predominantes são a falta de firmeza da pele e o afastamento dos músculos nesta região do corpo. Quando a pessoa apresenta uma parede abdominal mais flácida, o abdômen deixa de servir como pilar para o organismo, sobrecarregando a coluna, por isso o surgimento das dores nas costas. A diástase abdominal pode ser confirmada por meio de exame físico e ultrassom.

No caso de uma diástase mais branda, é possível corrigir esta separação com a prática de exercícios, como pilates e fisioterapia. Mas se a distância for acima de três a quatro centímetros, o reparo deve ser feito com procedimento cirúrgico.

Se não existe excesso de pele, é possível acessar este deslocamento pelo próprio corte da cesariana. Em caso de mulheres que não tenham passado por este procedimento, o protocolo adotado é semelhante ao da abdominoplastia, em que a cicatriz fica menor. Na constatação de excesso de pele, é indicado uma mini-abdominoplastia ou abdominoplastia clássica, que se estende às laterais. É um procedimento que exige uso de anestesia geral, raquianestesia ou peridural, com cuidados pós-operatórios.

Segundo informações do censo 2016 da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a abdominoplastia está entre as quatro intervenções cirúrgicas mais procuradas nos consultórios. Só no Brasil nesse mesmo ano foram realizados mais 130.000 procedimentos, tornando a cirurgia de abdômen responsável por cerca de 30% dos procedimentos estéticos realizados no país.

E mais: de acordo com pesquisa divulgada no jornal científico Plastic and Reconstructive Surgery, a abdominoplastia atende mais do que uma necessidade estética. Estudiosos comprovaram sua eficácia na redução na dor nas costas e na diminuição da incidência de incontinência urinária nas operações pós-parto. Antes de realizar o procedimento, 51% das entrevistadas reclamaram de dores nas costas e 42,5% relataram sobre o incômodo da incontinência. Seis meses após a cirurgia, apenas nove pacientes permaneciam com dor e só 2% ainda sofriam incontinência.

Mas atenção! As mulheres que passaram por uma cesariana precisam aguardar um período antes de encarar a abdominoplastia – e ter uma avaliação médica. E fazer exercícios, mesmo após a cirurgia, é fundamental.

Ronaldo Soares (CRM-SP 147.265)